Por Juliana C. Lopes Tostes
Quem nunca escutou ou até mesmo reproduziu para alguma criança frases como “engole o choro”, “é feio ter raiva do amiguinho” ou até mesmo “poxa, a mamãe faz tudo por você, você não pode ter raiva da mamãe”.
Antes de tudo devemos aprender a diferença entre o SENTIR e o AGIR. Não estou dizendo que seu filho ou qualquer outra criança pode chutar (ação) o amiguinho porque sentiu raiva (emoção) ou que ela pode fazer um escândalo (ação) porque está triste (emoção). Regras e limites devem ser ensinados da maneira correta, toda ação tem uma reação e todo comportamento trás consequências, porém o foco aqui não é o castigo (o que poderei abordar em outro texto futuramente).
Voltemos às emoções. Temos uma ideia pré concebida de que há emoções que podemos sentir, que são boas e as que não devemos sentir, que são ruins. Porém digo que há emoções agradáveis e desagradáveis e que TODAS elas têm sua função. As emoções básicas são: alegria, raiva, nojo, medo, tristeza e vergonha e a partir delas temos outros sentimentos como se sentir sozinho, irritado, embaraçado, entre outros. Se formos analisar, temos mais emoções desagradáveis, porém são elas que nos ajudam a sobreviver e reagir a determinadas situações.
Um fator muito importante a se ressaltar é que você não é uma pessoa ruim por ter emoções desagradáveis. Ao se falar, por exemplo, para uma criança ”engolir o choro”, ou “não ter raiva do colega” estamos reprimindo suas emoções ao invés de valida-las. Devemos ensiná-las que tudo bem ter aquela emoção, mas que se deve aprender a lidar melhor com ela.
Uma metáfora que aprendi em um treinamento no qual participei que podemos explicar para as crianças e que serve para nós adultos também é que as emoções são como as ondas e você é como o barco. Quando o mar está calmo podemos chamar de bem estar, às vezes o mar está revolto, outros com ondas mais baixas, porém o barco nunca afunda. As ondas vêm e vão e o barco continua lá. Assim acontece com as emoções, a raiva, por exemplo, vem como uma onda e passa. Você não é necessariamente uma pessoa raivosa ou má por isso.
Tenho a impressão que hoje em dia há uma super expectativa e preocupação para que as crianças estejam felizes e satisfeitas o tempo todo, quando, na verdade, experimentar todas as emoções e aprender a lidar com elas é essencial para que ela se torne um adulto com controle emocional.
Fica o convite para a reflexão sobre como estamos lidando com as emoções de nossas crianças e de nós mesmos.
Indico o filme “Divertida-mente” que aborda essa temática muito bem e o vídeo abaixo produzido pelo NUNAP.
Até a próxima!